quinta-feira, 24 de maio de 2012

Cobertura da mídia sobre as desigualdades de gênero e etnicorraciais é debatida com comunicadores em João Pessoa

Por Mabel Dias


Debater com os jornalistas sobre a cobertura que a imprensa realiza em relação às pautas relacionadas às questões de gênero, raça e etnia, para promoção de uma mídia inclusiva e isenta de discriminações e estereótipos. Este é o principal objetivo da oficina “Enegrecendo o jornalismo paraibano – uma discussão sobre as desigualdades etnicorraciais e de gênero na mídia”, que será realizada pela Bamidelê –Organização de Mulheres Negras na PB, em parceria com a Associação Paraibana de Imprensa (API), na próxima terça-feira (29), às 14, no Hotel Xênius, bairro do Cabo Branco.

A ação, que é pioneira no estado, conta com o apoio do Fundo Elas e tem como público, produtores, chefes de redação, repórteres, redatores, assessores de comunicação, radialistas, editores e diretores de jornalismo da imprensa paraibana, que estejam ou não na ativa.

A oficina será divida em duas partes. A primeira será conduzida pela jornalista e assessora de comunicação da Bamidelê, Mabel Dias, que fará uma breve análise da cobertura jornalística realizada pela mídia paraibana em relação à pauta do movimento negro e de mulheres negras. Em seguida, a professora doutora em Sociologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Ivonildes Fonseca, vai debater com os profissionais da comunicação sobre os principais assuntos abordados pela mídia, entre eles, cotas raciais, mortalidade materna das mulheres negras, religião de matriz africana e extermínio da população negra.

Durante a oficina, a advogada da Bamidelê, Luana Natielle Basílio, apresentará a segunda edição da campanha de promoção da identidade negra na Paraíba, “Morena/o, não! Eu sou negra/o!” que tem utilizado as redes sociais, além de panfletos, cartazes e vídeos, para ampliar o debate contra o racismo e o sexismo e difundir informações que apresentem a realidade da população negra, a discriminação racial no cotidiano, e as experiências e ações de combate ao racismo e ao sexismo desenvolvidas pela Bamidelê.

Para contribuir com a elaboração de conteúdo diário produzido pelos jornalistas, a Bamidelê irá distribuir entre os participantes uma cartilha que trará dados estatísticos sobre a realidade da população negra paraibana e brasileira, bem como textos que abordem importantes temas de atuação para o movimento negro e de mulheres negras, como a imagem da mulher negra na mídia, identidade negra, cotas raciais, extermínio da juventude negra, intolerância religiosa, entre outros.



“Os meios de comunicação e seus profissionais se veem constantemente atropelados pelas demandas do dia-a-dia, reportagens, entrevistas, artigos, notícias de última hora e muitas vezes não conseguimos potencializar nossos próprios processos formativos. Dentro deste contexto, esta oficina tem o intuito de colaborar com a promoção e difusão de informações acerca desta parcela invisibilizada da população brasileira, contribuindo para a desconstrução de mitos sobre esta temática, assim como a construir uma mídia inclusiva, que não replique imagens estereotipadas sobre a população negra” , afirmou a advogada da Bamidelê, Luana Natielle Basílio




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